terça-feira, outubro 21, 2008

Platão era mesmo visionário! - 2


Os pressupostos do anterior "Platão era mesmo visionário!", sobre o que se deve manter e o que deve mudar para acabar com esta nossa democracia de opereta, servem agora para eu explicar a minha proposta alternativa.
Claro que o sistema que aqui apresento, aplicando os "sim" do tema anterior e eliminando os "não", nunca será aplicado em Portugal, pois, a sê-lo, acabaria à partida com a manutenção desta nossa classe dominante rasca, e nunca ninguém organiza eleições para as perder. Poderá deixar mudar as moscas, sim, mas o resto, tem que se manter...
Claro que o bombardeamento contínuo a que os portugueses têm sido submetidos sobre a excelência desta “democracia” e das “conquistas de Abril”, cria reflexos e preconceitos que dificultarão a compreensão imediata da minha proposta. Muito gostaria que essas dúvidas, críticas e oposições viessem ao de cima, seriam preciosas para melhorar a minha proposta, seja na sua estrutura, seja na sua exposição.
Cá vai então uma parte dela:
1. Para fundar um partido político apenas seria necessário definir: Nome do partido; seus corpos dirigentes; programa; local da sede; lista de candidatos às Assembleias, da República, Municipais e das Freguesias onde tal partido pretenda concorrer;
2. A filiação em partidos passaria a ser pública, ou seja, cada cidadão aderiria ao seu partido subscrevendo declaração de adesão, aceite pelos respectivos dirigentes; tal documento seria triplicado, ficando o original no Partido, uma cópia na posse do militante e outra, seria depositada na comissão eleitoral, onde poderia ser consultada por qualquer cidadão.
3. Deixariam de se realizar eleições para as Assembleias da República, Municipais e de Freguesia. Anualmente, os deputados seriam eleitos em função directamente proporcional ao número de militantes cujas declarações de adesão (a renovar regularmente) dessem entrada na comissão eleitoral.

Creio que este sistema teria vantagens:
· Surgiriam partidos de todas as maneiras e feitios de modo que ninguém poderia dizer que “nenhum partido lhe serve”;
· Cada pessoa passaria a ser responsável pela sua posição política e essa responsabilidade levaria a uma atitude mais séria perante a política;
· Acabaria o desperdício e a demagogia, o triste espectáculo das eleições; mas, sobretudo, deixaria de existir o poder das panelinhas e cúpulas dentro dos partidos, os dirigentes teriam que descer às bases, captar e educar os seus militantes, debatendo a política com eles e, em última análise, respeitando-os…

Que acham? Críticas bem-vindas, sobretudos as de oposição!