sábado, abril 19, 2008

Platão era mesmo visionário!


"A penalização por não participares na política, é acabares a ser governado pelos teus inferiores"

A recente manifestação de professores veio levantar directamente a questão da democracia que temos: Muitos dos participantes na maior manifestação dos últimos anos se questionavam sobre o que tal movimento poderia fazer mudar na política do governo, considerando que nem com a oposição podem contar, pois esta é incapaz de perspectivar qualquer mudança.
As maiorias que nos governam já mostraram que não defendem os interesses da maioria da população portuguesa. O que impõe a questionação do tipo de democracia que temos.

Sim: As minorias podem ter razão! Representação proporcional e direito à palavra com tempo de antena mínimo.
Não: Método de Ondt (1), a chantagem do “Voto Útil”…

Sim; Na Grécia antiga, as decisões de governação eram discutidas pelos cidadãos no fórum.Cada um dava a cara pelas suas ideias, votando de braço no ar.
Não: Voto secreto (com excepção daqueles em que estão em causa indivíduos);
Qualquer um podia participar, responsavelmente: Pedia a palavra e apresentava as suas ideias livremente

Sim: Fundar um partido deve ser um acto simples, com a burocracia e garantias minimamente para identificar linha geral, representantes e responsáveis.
Não: exigência de grande número de assinaturas para fundar um partido.

Desse modo, ninguém pode argumentar que não participa na vida política por não existir nenhum partido que defenda os seus interesses – nessas condições, pode facilmente formar um. Requisitos mínimos: ter um programa e estatutos; corpos dirigentes e candidatos; Tesoureiro e conselho fiscal

Não: As campanhas eleitorais resumem-se a uma exibição de força, medida pelo custo dos meios utilizados e implicando gastos de muitos milhares de euros desperdiçados. E apenas se processam de 4 em quatro anos…
Sim: a campanha deve ser económica e permanente, assim como a possibilidade de eleição, substituição ou destituição dos deputados deveria ocorrer com frequência, pelo menos, anual.

(1) Método pelo qual a representatividade dos mais votados é ampliada à custa dos menos votados, desequilibrando a proporção a favor das maiorias, retirando expressão às minorias.