quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Materialismo Dialéctico, Materialismo Histórico


Esta é mais uma de política.

O link aqui ao lado para “Materialismo Dialéctico” já há muito que lá está, algumas referências nos meus textos chamam a atenção para ele, mas agora o seu estudo tornou-se obrigatória para quem quer entender o que se passa hoje, em Portugal e no mundo. E nunca aqui a sua compreensão esteve tão fácil, dado que os acontecimentos fornecem exemplos vivos do que aí se descreve, uma vez caídas as ilusões que velavam certas ideias feitas sobre a economia liberal.
Na verdade, tirando alguns aspectos datados relativos à época da revolução russa e aos anos que a antecederam e que se lhe seguiram, facilmente identificáveis, esta obra continua actual e essencial para se perceber a sociedade de hoje e a nossa economia.
Então, vejam o que, a propósito do regabofe do TGV, estádios de futebol megalómanos e outras obras sumptuárias dos nossos governos, me escreveu uma amiga, revoltada e “envergonhada” e vejam depois a minha resposta. Quem passa o tempo a mandar-me coisas superficiais contra o Sócrates (*), que, confesso, já me começam a enjoar, arranje tempo para entrar no site e abrir cada página para ser impressa, bem lida e estudada…
Vejam então o que escreveu a “Formiguinha”:

“Assunto p. reflectir.
Neste país sem vergonha, sinto-me envergonhada e devo pertencer a uma minoria...mínima.
A um país de guerreiros, gente valente e aventureiros, a população actual deve descender apenas do ultimo grupo.
Coro de vergonha, sempre que ligo à comunicação social. Comunicação, que representa o vulcão de lama em que se transformou este país.
O Santana caiu por menos.
Os outros dois anteriores fugiram... antes que a lama rebentasse, porém ela tão gordurosa, peganhenta, mal cheirosa, teimosa, desbordou e já não é possível esconder. A geração actual está a crescer nestes valores...
Trafulhices, falta de vergonha, enriquecer a qualquer preço, ser conhecido pelas capas de revista indecorosas e ser "importante" pelas baboseiras publicadas nos jornais. Estou farta desta pouca vergonha.
Já não tenho 30 anos, nem voz, para gritar que o rei vai nu.
Mas tenho netos, para quem olho envergonhada, quando falo de ética, honestidade, princípios, futuro, e me perguntam: - para quê avó?
Ah! D. João I, nunca deverias ter existido!
E o povo continua narcotizado!
Conhecem por acaso um homem honesto que possa tomar conta do leme deste barco roto? E principalmente de mais meia dúzia que o ajudassem a governar e remar até porto seguro?
Eu não conheço, mas será bom que comecem a procurar.
O tempo urge se ainda formos a tempo! Hoje, 31 de Janeiro é data para avançar!
Formiguinha cansada e envergonhada”

…E a minha resposta:

Formiguinha,

Não te envergonhes, não é nada contigo. Pelo menos em termos morais!
Socialmente, pertencemos à classe da pequena (eu) ou eventualmente média (tu) burguesia. Esta classe, em tempos de vacas gordas, alarga-se, expande-se e deixa-se embalar por estes governos que sempre deixam escorrer algo para nos sentirmos confortáveis.
Quando as coisas começam a apertar, no entanto, os mais sérios e conscientes de nós começam a ter um certo desconforto, uma vergonha.
Mas não encaram ainda a política duma maneira suficientemente séria e profunda para entrarem em revolta.
Numa fase posterior, terão medo. Mais tarde, carências.
Aí, procurarão uma saída. Para isso, têm que encarar a política duma forma séria. Se não o fizeram já, terão que o fazer antes que seja tarde.
Porque por enquanto, ainda estão à espera que a alta finança, nacional e, sobretudo, internacional, que controla todos os media, desde a TV aos jornais e rádio lhes apresente um salvador. Mas, que salvador? O que há-de acabar com esse sistema de saque? Espera sentada, formiguinha, esse salvador nunca será um indivíduo só, será, antes uma política. E que nunca te será apresentada numa bandeja, terá que ser investigada e procurada por ti!
Pela minha parte, como sempre me interessei, acho que tenho todos os dados necessários para saber onde estou e para onde vou.
Por isso, mais uma vez insisto na oportunidade de se estudarem as 25 folhas da obra essencial "Materialismo Dialéctico, Materialismo Histórico", de José Estaline (**).
Têm medo de a ler? De ler Estaline? Então leiam em diagonal, para continuarem a nada entender, ou então...
…Leiam os discursos do Sócrates (*)!
Abraços
Álvaro

(*) refiro-me ao primeiro-ministro do Governo de Portugal, não, ao filósofo grego...!
(**) A quem estiver interessado, poderei enviar este texto em formato Word. Basta que mo peçam para o meu endereço alvacosta@gmail.com