domingo, agosto 24, 2014

Silêncio Interno

Achei este texto interessante, não me lembro onde, escrito em espanhol. Desconheço o autor. Resolvi traduzir para português e colocar aqui. Penso que poderá ajudar os leitores a encarar a vida com mais presença de espírito...

A Sabedoria do Silêncio Interno 
(Texto Taoísta)


Fala só quando for necessário.
Pensa no que vais dizer antes de abrir a boca.
Sê breve e preciso já que cada vez que deixas sair uma palavra,
Deixas ao mesmo tempo sair uma parte do teu "Chi".  

Desta maneira aprenderás a desenvolver a arte de falar sem perder energia.
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Não te lamentes nem uses no teu vocabulário
Palavras que projectem imagens negativas
porque ocorrerá em torno de ti
tudo o que criaste com as tuas palavras carregadas do "Chi". 

Se não tiveres algo de bom, verdadeiro e útil a dizer,
é melhor calares-te e não dizeres nada.
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Aprende a ser como um espelho: Escuta e reflecte a energia.
O próprio Universo é o melhor exemplo de um espelho
que a natureza nos deu,
porque o Universo aceita incondicionalmente os nossos pensamentos,
as nossas emoções, as nossas palavras,
as nossas acções e nos envia o reflexo de nossa própria energia
segundo as diversas circunstâncias
que se apresentam na nossa vida.
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Se te identificas com o sucesso, serás bem sucedido.
Se te identificas com a fracasso, terás fracassos. 
Assim podemos ver que as circunstâncias que vivemos
são apenas manifestações externas
do conteúdo da nossa fala interna.
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Aprende a ser como o Universo,
a escutar e a reflectir a energia
sem emoções pesadas e sem preconceitos.
Porque sendo como um espelho sem emoções
nós aprendemos a falar de outra maneira.
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Com o poder mental calmo e em silêncio,
sem oportunidade de se impor
com as suas opiniões pessoais
e evitando reacções emocionais excessivas,
simplesmente permite uma comunicação sincera e fluida.
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Não te dês muita importância, e sê humilde,
porque quanto mais te mostras superior,
inteligente e prepotente,
mais te tornas prisioneiro da tua própria imagem
e mais vives num mundo de tensão e de ilusões. 


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Não compitas com os outros, torna-te como a terra
que nos alimenta, que nos dá o que necessitamos.
Ajuda os outros a perceber as suas qualidades,
A perceber as suas virtudes, a brilhar.
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O espírito competitivo faz o ego crescer
e cria conflitos inevitavelmente. 

Tem confiança em ti mesmo,
preserva tua paz interna
Evitando entrar nas provocações
e nas armadilhas dos outros.
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Nunca faças promessas que não possas cumprir.
Não te comprometas facilmente.
Se ages precipitadamente
sem tomares profunda consciência da situação,
Vais criar complicações.  

As pessoas não têm confiança em quem diz muito facilmente “sim”,
porque sabem que esse famoso “sim” não é sólido e que lhe falta valor.
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Toma um momento do silêncio interno
para considerar todos os aspectos da situação presente
e toma as tuas decisões depois disso.

Assim desenvolverás a confiança em ti e a sabedoria.
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Se realmente houver algo que não sabes,
ou se não tens a resposta a uma pergunta que te fizeram, aceita-o. 

O fato de não se saber é muito incomodo para o ego
porque ele gosta de saber tudo, ter sempre razão
e dar sempre a sua opinião muito pessoal.  

Na realidade, o ego não sabe nada,
apenas crê que sabe.
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Evita julgar e criticar,
o Tao é imparcial e sem julgamentos,
não critica as pessoas,
tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade.

Sempre que julgas alguém
a única coisa que fazes é expressar a tua opinião muito pessoal
e é uma perda da energia,
é puro ruído. 

Julgar é uma maneira esconder nossas próprias fraquezas.
A pessoa sábia tolera tudo e não dirá nem uma palavra.
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Recorda que tudo que te incomoda nos outros
é uma projecção de tudo o que
ainda não resolveste em ti mesmo  

Deixa que cada um resolva os seus próprios problemas
e concentra a tua energia na tua própria vida.
Ocupa-te de ti mesmo, não te defendas.
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Quando fazes por defender-te
Na realidade estás a dar demasiada importância
às palavras de outros
e dás mais força ao agressor. 

Se aceitas não te defender, mostras
que as opiniões dos outros não te afectam,
Pois não passam de opiniões
e que não necessitas de convencer os outros para seres feliz.
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Sê discreto, preserva tua vida intima
 Desta maneira livras-te da opinião dos outros
E viverás tranquilo, tornando-te
invisível, misterioso, indefinível,
insondável como o Tao.

O teu silêncio interno torna-te impassível.
Faz regularmente o jejum da palavra para educares o teu ego
que tem o mau costume de  falar todo o tempo
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Pratica a arte de não falar.
Tira um dia da semana para te absteres de falar.
Ou pelo menos umas horas do dia
de acordo com o que permitir a tua organização pessoal.
É um exercício excelente para conhecer
e aprender o universo do Tao ilimitado
em vez de tentar explicar por palavras o que é o Tao. 
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Progressivamente desenvolverás a arte de falar sem falar
e a tua natureza interna verdadeira
substituirá a tua personalidade artificial,
deixando aparecer a luz de teu coração
e o poder da sabedoria do silêncio.
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Graças a esta força atrairás para ti tudo o que necessitas
para realizar-te e libertar-te completamente. 

Mas é preciso cuidar que o ego não se imiscua.
O poder mantém-se enquanto o ego fica calmo e em silêncio.
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Se o teu ego se impõe e abusa desse poder
Esse mesmo poder converte-se em veneno,
e todo teu ser se envenenará rapidamente.
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Fica em silêncio, cultiva o teu próprio poder interno.
Respeita a vida dos outros e de tudo o que existe no mundo.
Não tentes forçar, manipular ou controlar os outros.
Converte-te no teu  próprio mestre e deixa os outros ser que são,
ou o que têm  capacidade de ser.
Dito por outras palavras, vive seguindo a via sagrada do Tao.
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O Universo abençoa-te  sempre!    

sábado, agosto 02, 2014

O Poder das Palavras

As palavras têm poder - dizem-no escritores, críticos, políticos, poetas... Isso bateu-me forte enquanto, num domingo de Inverno esperava a chegada do METRO: "10:30" assinalava o quadro luminoso de informações - 10 minutos e 30 segundos de espera, portanto.


Tempo para observar os circunstantes, os anúncios, e aproximo-me do quadro das informações do METRO montado na parede - Direitos e deveres do utente, horários... Pois, HORÁRIOS! E deparo com duas palavrinhas no meio daquilo tudo: "DIAS ÚTEIS". Sacanas, cobras venenosas, disfarçadas de mera informação, mas automaticamente ferrando o leitor dos quadros. "DIAS ÚTEIS"!
Examinando o quadro, chego à conclusão que os tempos de espera nos dias úteis são de quase metade dos tempos de espera nos outros dias que não "dias úteis", que a frequência destes, de manhã cedo, nos chamados "dias úteis" é muito maior que durante o fim da tarde e que essas frequências diminuem ainda mais aos sábados e domingos.

Ora que grande descoberta! Pois desde que existe METRO em Lisboa, desde os meus 12 anos, que eu sei, por experiência própria, que aos sábados e domingos, TODOS os transportes públicos se rarefazem. Então, onde está a novidade??
É que agora, com o desmantelamento da nossa economia, com a gestão predadora do trabalho e das nossas riquezas, com as imposições da Tróica, o desemprego, subemprego e trabalho escravo, percebe-se claramente que o tempo que temos usado nos dias e horas em que não trabalhamos é que é verdadeiramente útil para nós! Enfim, pode-se agora sentir, bem sentido, que o "ÚTIL" tinha um dono. Ou seja, que fazia sentido perguntar: ÚTEIS PARA QUEM?!  A quem servem os transportes públicos? 

Pois é, aquelas duas palavrinhas, DIAS ÚTEIS, ali estavam, poderosas, portões fechados e óbvios que se passam sem sequer se pensar no que escondem.
Pois, naquele "dia inútil de domingo", naqueles "inúteis" minutos e segundos de espera, também senti, mais forte que nunca, que o nosso precioso tempo, nesta sociedade, tem um dono, que transportes e palavras o servem e protegem, entretendo os trabalhadores em tarefas e em torno de interesses que, a maior parte das vezes, nada tem a ver com os seus...


sábado, julho 26, 2014

Elucubração Poética

No campeonato Universal
Tudo o que tu idealizas
Tem existência real
Pois há infinitas bolas
e infinitas balizas...

Sobre o princípio de que "tu crias a realidade", já referi um texto de Ken Wilber refutando-o, a propósito do filminho "What The Bleep Are We". O link para uma tradução brasileira do texto de Ken Wilber está aqui: 

http://www.ariray.com.br/textossaladeleitura/what_bleep_kw_ariray.pdf

Devo dizer que concordo com ele. Na verdade, o ser humano não pode criar uma realidade que já existe! Ora, tudo o que possas conceber, num Universo infinito no tempo e no espaço, já existe! A questão que se põe não me parece que seja então de como criar uma realidade mas, sim, de como escolher a realidade que queremos viver...

Sinteticamente, o meu poema que encima este apontamento explica o que penso, mas para quem precisa de uma demonstração mais racional, poderá procurar neste blog as minhas antigas "Elucubrações", desde esta última para trás, aqui: 

http://aleddd.blogspot.pt/2009/10/ainda-mais-elucubracoes-pois-entao.html

E, para ensaiar, que tal experimentarmos ir para a realidade desta foto, abaixo?


domingo, maio 04, 2014

O BLOG DORMENTE – RAZÕES PARA ACORDAR…?

(Túmulo de D. João das Regras, na Igreja do Rosário, em S. Domingos de Benfica, Lisboa)

Em Abril de 2010 escrevia eu isto, aqui:

“Nas minhas viagens pela NET, abordo praias maravilhosas, vou a espectáculos fantásticos, descubro ilhas e continentes. Algumas coisas vou trazendo para aqui, isto é a minha ucharia onde guardo algumas preciosidades trazidas das viagens, embora para compartilhar com os visitantes bem intencionados.
Agora, vou contar-lhes desta preciosa tertúlia em que se transformou a troca de e-mails transcontinental com o meu amigo Fábio (vejam o link aqui ao lado). Ele manda e-mails com os endereços a descoberto e o pessoal responde sobre os temas propostos, sendo a resposta depois, novamente distribuída. Isto à mistura com músicas lindas, biografias de compositores e intérpretes e outras coisas de encantar. Acho que com isto o Fábio inventou mais uma nova forma de comunicação pela net que supera youtubes, nings, orkutes, facebookes e o novel tweeter. Pelo menos em potencialidades. Vamos ver no que dá este fogo-de-artifício comunicacional…!”
(Texto tirado daqui)

É óbvio que desconhecia, na altura, o que era, na realidade, o Facebook. Só o comecei a descobrir mais tarde e cheguei à conclusão que o Face era, afinal, o tal fogo-de-artifício comunicacional que aqui referia.
Como devem calcular, mergulhei nele pouco depois, em 2012, com todo o entusiasmo. O meu blog era uma espécie de diário íntimo, mas aberto à intervenção crítica de amigos e interessados. No entanto, no campo da interactividade que eu queria, estava longe de me satisfazer. E o Face veio preencher essa lacuna!
Então, o Face foi, durante estes dois anos, a tertúlia, o café onde me encontrei com os meus amigos em amena cavaqueira. Interactividade à farta, talvez um pouco superficial demais...! Na verdade, volto a sentir necessidade de, calmamente, reflectir sobre “As maluquices que me passam p’la cabeça” e aprofundá-las. Talvez com ligações recíprocas entre o Face e o blog, se complete a minha necessidade intelectual e social. Vou acordar o blog?!